domingo, 29 de novembro de 2009

E o dia-a-dia? É pura aventura ou enche o saco?




Lembro de ligar para a minha mãe... eu estava no Japão, já estava viajando há alguns meses (e faltavam muitos outros), ela perguntava: mas então, ainda não cansou? Ainda não “encheu o saco” de tanto viajar?

O que vocês acham que eu respondi? Mãe, acho que não vou cansar nunca!

Mas não é bem assim... sabe quando tiramos férias e acordamos cedo, andamos o dia todo até sentir a panturrilha pegar fogo, chegamos no hostel e tiramos aquela soneca típica para depois dar mais uma caminhada à noite e queimar o resto das energias na balada? Pois é, fazer isso por vários meses seguidos é impossível.

Eu mesmo caí nessa armadilha. Andei pela Nova Zelândia como um maluco, emagreci três quilos em duas semanas, caminhava, viajava, dormia pouco, comia pouco. Aliás, comer era uma tarefa engraçada. Estava sempre adiando o almoço para quando encontrasse um lugar barato, para quando já tivesse visitado aquele lugar, para quando encontrasse um supermercado... e acabava tendo uma refeição só, a janta! Em pouco tempo vi que isso não daria certo e mudei tudo. Ainda bem, porque o resultado pode comprometer toda a viagem. Cair no hospital é tudo o que um viajante não quer!

E essa foi uma das lições: não vá para uma viagem de volta ao mundo como se estivesse indo para as férias de fim de ano!

Férias é algo temporário e uma viagem longa é um estilo de vida, as diferenças entre as duas são muitas! Nas férias todos nós damos o nosso máximo, chegamos a exaustão porque sabemos que tudo vai acabar logo e em breve teremos tempo para recuperar as energias na cama quentinha e no mínimo um fim de semana rolando pelo sofá, comendo chocolate com o controle remoto na mão. Numa viagem de volta ao mundo as coisas podem ficar cada vez mais difíceis, a energia de hoje pode fazer falta amanhã e as extravagâncias são permitidas de forma muito esporádica, como é na “vida real” quando estamos em casa.

E como não são férias, não dá para almoçar em restaurante todos os dias, não dá para sair para a balada todos os dias, não dá para pegar táxi toda hora e não dá para caminhar até as pernas não obedecerem mais o cérebro! Assim como no nosso dia-a-dia, é preciso achar um ritmo que nos deixe confortável... que deixe o nosso corpo, bolso e alma confortáveis. E nesse sentido eu garanto: não há corpo, bolso nem alma que assegurem um ritmo de férias durante uma viagem de volta ao mundo!

Slow down.

Não faça da sua viagem um programa de caça ao monumento, ou uma imitação do “The Amazing Race”, você cansará mais, gastará mais e aproveitará menos. A corrida te fará cansar, te estressará e te deixará de “saco cheio”, assim como não fazer nada o tempo todo também pode ser muito enfadonho. Ache RPM correto para você.
Permita-se um dia na rede nas Ilhas Gili, olhando o mar azul esmeralda e as palmeiras dançando com o vento, pare para admirar Angkor Wat... e se preciso sente-se na grama para chorar de emoção. Esses momentos são muito mais inesquecíveis que os de correria!

Só quem não sabe viajar é quem fica “de saco cheio”.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

É preciso aprender a viajar


Cairo tem muito mais a oferecer além das Pirâmides -
Eu e amigos em qualquer ruela do Cairo Islâmico

"If you wish to travel far and fast, travel light. Take off all your envies, jealousies, unforgiveness, selfishness and fears."
- Glenn Clark

É preciso aprender a viajar

Muitos devem estar pensando algo como “quem é esse cara... que pretensioso querer ensinar a viajar”! Calma pessoal, não quero dar nenhuma lição aqui, afinal cada um viaja como melhor lhe convém! Mas confesso: não consigo ver gente subaproveitando as viagens (como eu já mal aproveitei algumas), é por isso que escrevo sobre esse tópico.
Como diria Allain de Botton, “as viagens expressam como poderia ser a vida fora das restrições do trabalho e da busca pela sobrevivência”.
Viajar é uma arte! Portanto há arte e estilos de viajar para todos os gostos. Generalizações nunca refletem 100% da realidade, mas é engraçado constatar que: japoneses viajam para ver os lugares através do monitor das câmeras; australianos viajam para beber com outros australianos em lugares estranhos; americanos viajam para experimentar resorts iguais em lugares diferentes... enfim, são incontáveis os estereótipos de turistas, mas nenhum rótulo me deixa mais indignado que a falta de contato com as pessoas. A indiferença.
O turismo dos dias de hoje é indiferente! E indiferença é sinônimo de falta de paixão. Uma decolagem aqui, um pouso lá, um teto diferente, ruas, prédios, lojas e placas diferentes, muita caminhada e uma foto do estilo “eu e a torre Eiffel” para provar que esteve em Paris (e colocar numa rede de relacionamento para deixar o amigo com inveja). Se esta é a sua arte de viajar, ok... eu respeito, mas não deixarei de mostrar que viajar pode ser muito mais do que isso.
Antes de viajar, esvazie a sua cabeça. Deixe em casa seus preconceitos, medos, invejas e egoísmos. Viajar com a cabeça cheia é tão difícil quanto procurar um hostel com a mochila excessivamente pesada. Não se esqueça: você pode ser quem você quiser!
Fale, pergunte, discuta... seja curioso! Puxe papo com o vendedor da feira, faça couch surfing, converse com a garçonete... conheça as pessoas, seus problemas e seus pontos de vista. Essas pessoas te apresentarão um mundo novo! Porque viajar é ter coragem para abandonar o que já não serve mais. Viajar é exercitar o desapego...
Não esqueça que além de absorver, é preciso ensinar. Exponha as suas ideias com diplomacia, afinal você é o representante do seu país. Tenha responsabilidade: 200 milhões de brasileiros são espelhados em você. Não explore as pessoas, respeite-as! Não tenha pena, ajude-as. Ajudar não é difícil: apenas um olhar ou um sorriso podem fazer toda a diferença. Aliás, o sorriso tem um poder inacreditável – utilize-o com sinceridade... é muito desagradável ver alguém mostrando os dentes para tirar uma foto e logo depois fechando a cara até chegar ao próximo monumento.
É nesse sentido que o tempo torna-se um fator primordial. Quando dizia nos primeiros posts que é complicado viajar com pouco tempo, estava a referir a essa falta de contato, a falta de profundidade das viagens rápidas. Os viajantes pobres de tempo querem ver suas expectativas preenchidas e viram escravos das mesmas. Essas pessoas conseguem ver muitos lugares interessantes, paisagens inesquecíveis, mas infelizmente ficam limitados a relações superficiais e raramente têm contato com a população local e poucas vezes aprendem algo além do banal. O ápice da viagem dessas pessoas é o sentimento de “uau, cheguei até aqui” ou “que lugar incrível”! É como se pudessem enxergar apenas uma dimensão!
Saiba explorar todas as dimensões e aprenda a reconhecer a sua dimensão favorita. Cuidado ao limitar as dimensões... não planeje demais. Eu disse não-planeje-demais! Seja flexível e permita o inesperado acontecer. Foi o inesperado que mais me ensinou que não existe aprendizado excepcional sem riscos. Um bom viajante sabe medir e assumir riscos.
Enfim... aprenda que viajar é uma arte. Viajar é conhecer lugares, pessoas, ideias e principalmente a você mesmo! Viajar é aprender e ensinar.

Levi-Strauss - Motivation of travel

"In the old days, people used to risk their lives in India or in the Americas in order to bring back products which now seem to us to have been of comically little worth, such as [brazilwood and pepper, which] added a new range of sense experience to a civilization which had never suspected its own insipidity. . .[From] these same lands our modern Marco Polos now bring back the moral spices of which our society feels an increasing need as it is conscious of sinking further into boredom, but that this time they take the form of photographs, books, and travelers tales."

- Claude Levi-Strauss on the motivation of travel

Voe alto



O Cerro Aconcágua e o por-do-sol nos Andes (sobrevoava o que há uns anos havia feito por terra) era só o começo da jornada...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Trailer Ida ao Mundo - Are you ready?

Como lidar com o dinheiro?



Hoje temos infinitas possibilidades... de trocar dinheiro no mercado negro até as modernas wire transfers.

Eu não sou adepto do Visa Travel Money (uma moda entre os viajantes, na minha opinião) em primeiro lugar porque o câmbio oferecido ao carregar o cartão é um verdadeiro ABUSO. Pronto, a razão é essa. A conversão regra geral é realmente MUITO ruim, ou seja: pior que a conversão cobrada pelas casas de câmbio mais caras, pior a taxa de conversão para transferir através da Western Union e pior que a taxa de conversão cobrada por cartões de crédito/débito.

Para que o Visa Travel Money é bom então? É bom para guardar dinheiro em moeda estrangeira quando o real está perdendo valor (o que ainda não ocorreu este ano, pelo contrário... o real valorizou 35% este ano) ou seja, quem carregou o Visa Travel Money em janeiro desse ano e vai viajar agora, além de ter perdido com as taxas de conversão péssimas, perdeu 35% do seu poder de compra atual!

Carregar dólares é uma opção um tanto inviável... esconder alguns em lugares estratégicos para emergencias é imprescindível (é incrível como 20 dolares podem fazer a diferença em várias situações). Mas é impossível carregar todo o dinheiro de uma viagem de volta ao mundo... até pq muitos países limitam, taxam ou impossibilitam a entrada de dólares!

O que eu costumava fazer? Sacava moeda local com um cartão de débito no máximo duas vezes por mês... é seguro, pois não é preciso andar com muito dinheiro por aí; não corre-se o risco de fazer câmbio no mercado negro e ser enganado; não perde-se o tempo procurando uma casa de câmbio e enfrentando filas em bancos etc... enfim, vejo o saque como uma das melhores possibilidades porque a taxa de conversão é razoável (muito parecida com a praticada pelas casas de câmbio) e a taxa por processo pode ser relativamente baixa, como 2 dólares e um percentual de 3% do valor do saque e IOF que é ínfima...

Usava o cartão de crédito apenas para compras maiores ou atividades como bungee jump na NZ, aquele vôo interno não incluído no ticket RTW, a passagem de Shinkansen do Japão etc.

Agora vale mesmo ter mais de um cartão de débito, para não estar enrascado se perder... tenha no mínimo dois, guardados em lugares diferentes, vale o mesmo para cartões de crédito (costumo dizer que hoje tudo q precisamos é de um cartão de crédito e passaporte, o resto pode ser "perdível").

O que levar para uma volta ao mundo?



Eu fico um pouco irritado com essas questões "o que levar"... já vi europeus viajando com o equipamento mais caro possível, já vi japoneses viajando com uma mochila escolar rasgada. Tudo depende do teu perfil, e acreditem: tem de tudo!

Eu procuro um meio-termo, nem relaxadão... nem o bam-bam-bam, porque não tenho $$$ para isso. Equipamento bom faz a diferença, sem dúvidas... mas fazer uma viagem de volta ao mundo não requer muita coisa que você já não utiliza no teu dia-a-dia.

A questão inicial é o tamanho da mochila. Não tenha dúvidas de que você vai ter vontade de comprar muuuitas coisas na viagem... carregar tudo durante a viagem toda é bem complicado. Depois de um tempo vale a pena despachar algumas coisas para casa por correio, não sai tão caro assim! E deixar de comprar coisas porque não cabe na mochila é besteira... (eu caí nessa, deixei de comprar muita coisa... hoje me arrependo)!

Um erro que muita gente comete é comprar uma mochila enorme, geralmente motivado por status! Conversei com alguns mochileiros que estavam viajando de volta ao mundo, e isso era um padrão... muita gente comprou mochilas grandes demais e se arrependeu MUITO. Porque quanto maior a mochila menor a sua mobilidade, maior o seu cansaço, mais você vai atrapalhar as pessoas (e se atrapalhar) nos onibus etc... e principalmente: deixará de economizar ao caminhar, pois preferirá pegar mais táxis etc. Nem sempre os hostels ficam perto das estações de trem, rodoviárias etc... é te garanto que é muito bom estar com uma mochila leve nessa fase em que acaba de chegar cansado, numa cidade nova, ainda meio perdido.

Não esqueça: comprar uma mochila grande é sinônimo de andar com muito peso, porque na maioria das vezes não é possível resistir a tentação de comprar coisas, não despachar nada e passar a viagem toda com a mochila cheia e pesada.

Outro erro é querer levar tudo de casa. Gente que está embarcando para a austrália no verão e já tem na mochila o casaco para o inverno que vai passar na Europa. Besteeeeira! O Brasil provou-se para mim um dos lugares onde as roupas são mais caras e infelizmente (sem generalizar) tem a pior qualidade! Deixe para comprar aquele casaco de inverno quando o inverno chegar... seja na China, seja no Nepal... o que não vale a pena é ficar carregando por meeeses um negócio pesado q vc nao vai usar. (claro, se vc tiver fleeces e outros casacos já leves e bons, aí vale levar... rs)

Aí vai a minha lista: (saliento, essa é a lista do que eu achei necessário, cada um tem as suas necessidades... uns mais, uns menos... por isso, no stress)

NA MOCHILA CARGUEIRA:

uma mochila Deuter Traveller 60 (com daypack acoplada)
seis camisetas (fui comprando outras no caminho, e doando as velhas)
três bermudas
um par de havaianas (muuuito usadas, foram roubadas... susbtituídas, e depois substituídas devido ao uso extremo novamente)
seis cuecas
seis pares de meia (pode-se levar muito menos se vc lavar tudo com mais frequencia)
dois pares de meia de ski (para temperaturas extremas)
uma ceroula
duas blusas de manga longa
duas calças cargueiro
uma calça jeans (sei que é pesada, demora secar etc... mas gosto mesmo assim e foi legal, usava como roupa para sair a noite tbem)
duas camisas legais para a balada
Um casaco para frio, impermeável, com fleece destacável (comprado na China, primeiro local que precisei de roupas de inverno)
Um par de luvas (comprado na China)
um casaco compacto para frio que levei do Brasil (foi doado no Nepal)
um tênis estilo sapato (nos países frios não tem como usar o mêsmo tênis todos os dias, e é legal ter um mais social)
um tênis com cano longo (meio bota) de goretex da Adidas (esse foi o principal calçado fechado da trip, resistiu bravamente)
um par de tampões de ouvido e tapa-olhos (depois de viajar nos ônibus/trens do Nepal e Índia saberá a razão dessa indicação)
duas toalhas de banho normais (substituídas durante a viagem)
uma toalha estilo tec towel (daquelas que secam rápido)
um sarong para sentar no chão, utilizar como cortina e diversas outras utilidades incríveis
um rolo de fita isolante (fita isolante serve para tudo... confie)!
dois metros de fio de varal (as vezes é necessário para secar a roupa ou para amarrar a sua mochila no teto de um onibus etc)
uma lanterna pequena (útil no Nepal e países com energia oscilante ou inexistente)
carregador da câmera, celular e cabos
um saco zipbag para colocar a roupa limpa e outro para colocar a roupa suja (estragaram, no final colocava em sacolas plásticas sem problemas)
Um saco de dormir simples, para usar naqueles albergues com camas cheias de pingos de sangue e cabelos de todas as cores e formatos
uma calça impermeável e um casaco de chuva impermeável daqueles baratos mesmo (usei muito pouco, mas era leve... então sem problema)
50 dólares bem escondidos
Um cartão de débito bem escondido

Na mochila de ataque:
Uma Câmera fotográfica com um cartão de 4Gb e um backup de 1Gb
Alguns DVDs graváveis (assim que enchia o cartão 4Gb gravava tudo num DVD que mandava para casa e transferia para o HD externo, assim tenho dois backups)
Um HD externo (muito bom para fazer backup das fotos e copiar as mp3 e filmes dos amigos)
(decidi não levar um notebook... mas se fosse hoje, acho que levaria o meu NETbook baratinho... acho ruim ter q ficar carregando equipamento caro e consequentemente estar preocupado) É incrível como muuuuitos lugares já tem wifi (ou seja, é muito mais difícil encontrar um cybercafé do que um ponto de wifi).
Um caderno e caneta
20 dólares bem escondidos
Um cartão de crédito bem escondido
Um Telefone celular antigo que funciona como despertador e rádio
Um Mp3 player
Uma carteira bem pequena estilo porta-cartões para dinheiro do dia, cartão de estudante e cartão de crédito sem validade (explico melhor o pq em outro tópico)
Um cantil (perdi em algum canto da Indonésia) depois reenchia (ou em outros países me obrigava a comprar ) garrafas d'água descartáveis.

NO MONEYBELT
O passaporte
Cartões de crédito e débito
Dinheiro sacado para os próximos 15 dias

Acho que é isso... se lembrar, vou incluindo

O roteiro



Portugal, Lisboa - Brasil, São Paulo (via Amsterdam) - KLM
São Paulo - São Bento do Sul (overland)
São Bento do Sul - Nova Zelândia, Auckland (via São Paulo e Santiago/Pacífico Sul) - Qantas, operado pela LAN
Nova Zelândia, Auckland e viagens pela North Island - ônibus
Nova Zelândia, Auckland - Nova Zelândia, Queenstown (ilha do Sul) - Qantas
Nova Zelândia, Queenstown e viagens pela ilha do Sul - ônibus
Nova Zelândia, Queenstown - Austrália, Sydney - Qantas
Austrália, Sydney e viagens pela costa leste - ônibus
Austrália, Sydney - Indonésia, Jakarta - Qantas
Indonésia, Jakarta - Indonésia, Bali - Air Asia
Indonésia, Bali - Indonésia, Lombok e Gili Islands - ferry
Indonésia, Bali - Malásia, Kuala Lumpur - Air Asia
Malásia, Tailândia (costa leste, costa oeste, centro e norte), Camboja (Siem Reap e Phnom Penh), Vietnam (do extremo sul ao extremo norte) overland
China (extremo sul, Guillin, Yangshuo, Macau e Hong Kong) overland
China, Hong Kong - China, Beijing - Cathay Pacific
China, Beijing (região norte e central, Xian) - Trem cama
China, Beijing - Japão, Tokyo - Japan Airlines
Japão, Tokyo - Kyoto, Nara, Osaka - Trem-bala Shinkansen
Japão, Tokyo - Índia, Nova Delhi - Japan Airlines
Índia, Nova Delhi - Rishkesh, Rajastão (Completo, 7 cidades), Agra, Varanasi - trem e carro
Índia, Varanasi - Nepal, Pokhara - ônibus
Nepal, Pokhara - Nepal, Kathmandu e vale - ônibus
Nepal, Kathmandu - Índia, Mumbai - 3 dias entre ônibus e trens
Índia, Mumbai - Emirados Árabes, Dubai - Cathay Pacific
Emirados Árabes, Dubai - Jordânia, Amman - Royal Jordanian
Jordânia, Amman - Jordânia, Mar Morto, Petra etc - carro
Amman, Jordânia - Siria, Damascus - taxi coletivo
Siria, Damascus - Líbano, Beirute - taxi coletivo
Líbano, Beirute - Norte e sul do país - carro
Líbano, Beirute - Nazareth, Israel/Palestina - taxi coletivo e carro (via Jordan River crossing)
Nazareth, Galiléia, Jerusalém, Ramallah, Belém, Tel Aviv, Eilat - ônibus e carro
Israel, Eilat - Egito, Cairo (via Taba) ônibus
Egito, Cairo - Egito, Aswan (Abu Simbel) trem
Egito, Cairo - Egito, Luxor - felucca e ônibus
Egito, Luxor - Egito, Alexandria, Sharm el Sheikh, Dahab - ônibus
Egito, Dahab - Jordânia, Amman (via Eilat e Aqaba) - ônibus
Jordânia, Amman - Espanha, Madrid - Royal Jordanian
Espanha, Madrid - Portugal, Lisboa - Vueling

Vacinas, doenças, remédios e seguro de viagem



Consulte o seu médico, algumas vacinas são muito importantes. Em SP existe a Clínica do Viajante, faça o seu agendamento com antecedência... não esqueça que são necessárias no mínimo três semanas para que as vacinas façam efeito.
Visite a página: http://ciat.com.br/viajantes.htm

É importante ter a vacina de Febre Amarela, renovar a vacina de tétano, Hepatite A, Febre Tifóide, Meningite, Cólera, Raiva, Encefalite por carrapatos e japonesa... e emitir o certificado internacional de vacinação, aquele amarelo.

(confesso que eu não tomei todas essas, e certamente corri alguns riscos)!
Apenas autoridades da América do Sul solicitaram comprovante de alguma vacina (a vacina de Febre Amarela) em outros lugares passei ileso.

É sempre interessante fazer um check up médico e odontológico para deixar tudo zero bala e evitar trocar uma obturação no Camboja ou cair no médico no interior da Índia.

Seguro de viagem é importante, mas são caros... é bom pesquisar, a www.worldnomads.com tem prêmios com valores razoáveis. Não esqueça que os países europeus do espaço Schengen exigem que tenhas um seguro de viagem (eu nunca fui questionado sobre seguro de viagem em nenhuma imigração, seja aqui na Europa ou em outro continente). Alguns cartões de crédito (especialmente os Platinum) tem uma cobertura muito boa... tenha sempre muita atenção quando for contar com a cobertura de cartões, pois a esmagadora maioria deles cobre somente o trecho de transporte comprado com o cartão e não a viagem toda!!! Por isso, leia as letras pequeninhas e converse com o seu gerente bancário!

Doenças: são várias... temos que tomar cuidado com muita coisa, mas não vale ficar pirado com isso!

-Evitar trombose em vôos longos - fazer exercícios, movimentar os membros e caminhar pelos corredores para aumentar a circulação e averiguar a presença de pessoas interessantes no vôo é uma boa idéia!

-Jet lag (efeitos da mudança de fuso horário) - para evitar aquela preguiça que dá quando trocamos o fuso é importante beber muito líquido (não alcoolico) durante o vôo. Tente reajustar o seu horário de dormir e acordar uns dias antes do vôo e fique exposto à luz do dia no seu destino... isso ajuda demais a acostumar com os novos fusos, principalmente se fizer como eu. Sair do Brasil direto para a Nova Zelandia é um choque no nosso relógio interno!

É legal levar um kit ambulatorial com curativos e remédios básicos (sua mãe pode te aconselhar melhor que eu)!

Malária é um capítulo a parte. Vacina ainda não existe... e no mercado são comercializados diversos tipos de medicamentos, nenhum deles previne 100%... uns são caros, outros baratos. Uns geram efeitos colaterais fortes, outros não. Eu decidi usar muito repelente e simplesmente ficar atento, não tomei nenhum medicamento para evitar a malária, embora tenha ido para o interior de vários países do sudeste asiático. O imprescindível é ficar atento aos sintomas, qualquer febre é motivo para visitar o médico.

Muuuuuita coisa pode acontecer numa viagem! São muitas doenças nesse planeta... Não tem como deixar de experimentar aquela comida típica da barraca de rua, mas vale dar uma conferida na higiene do local (ok, na maioria das vezes é precária).

Seja consciente... mas não esqueça que viajar é arriscar e o bom senso é o melhor remédio!


Apesar do ambiente impróprio, existe muita limpeza no Delta do Mekong no Vietnam

$$$ Custos $$$



Muitos mochileiros rolaram direto para esse ponto, sem ler o resto. Claro que os custos são importantes... mas se você nem leu o que está aí em cima, aconselho ler!

Não existe resposta mágica para a pergunta "quanto custa dar a volta ao mundo"? Pode custar milhões, pode custar o preço de um carro novo, ou pode apenas custar o seu trabalho num canto do mundo. Aqui eu falo sobre a minha experiência, mas tenho certeza de que existe gente que fez a viagem de forma mais barata, e outro que gastaram muito mais!

Que juntar dinheiro no Brasil é dificil, isso ninguém duvida... mas é possível. Se dar a volta ao mundo é o seu sonho, comece a planejar e a juntar agora... uns tostões por mês um dia serão a chave para atravessar oceanos! Alguns mochileiros trabalham normalmente no Brasil, investem, esperam e viajam. Outros preferem já partir para o exterior, praticar uma língua estrangeira e trabalhar fora para juntar dinheiro em moeda forte... outros ainda conseguem um trabalho aqui e e outro lá enquanto viajam... trabalham em hostels em troca de quarto e comida, ou em bares etc etc... como você vai fazer para conseguir dinheiro é tarefa sua! Tarefa das mais árduas , mas que me motivou a levantar da cama muitas vezes. Sempre que estava com preguiça nas manhãs escuras e de inverno em SC eu pensava "to indo para o trabalho agora, e esse dia que vou trabalhar vai pagar parte do que vou desfrutar na minha viagem", isso dá força e ânimo!

Deixando o ganhar de lado, vamos voltar ao gastar!
No tópico anterior já vimos que temos que tomar decisões importantes... e a essa altura já deve estar na ponta do lápis os países que não abres mão de visitar e o modo como fará os seus deslocamentos (bilhete RTW, bilhetes avulsos etc...). Com esses dados, já podemos começar a construir uma planilha de estimativa de gastos. ESTIMATIVA! Os gastos nem sempre são como esperamos! Portanto, aqui vão alguns detalhes chave da minha planilha.
Antes de tirar o pé de casa, já tinha gasto:

BILHETE RTW ONEWORLD 16 VÔOS 4 CONTINENTES - R$ 6997,00
FOTOS 3X4 E 5X7 - € 24,00
GASTO COM CÓPIAS E FAX - € 5,00
VISTOS, CORREIOS E DOCS - € 293,80
MOCHILA DEUTER TRAVELLER 60 - € 119,35
DISCO RÍGIDO PORTÁTIL 250GB - € 60,00
CARTÕES DE MEMÓRIA - € 15,00
CAPA DE CHUVA E APETRECHOS - €15,00

TOTAL ANTES DE TIRAR O PÉ DE CASA: aprox. R$ 8.000,00

*Considere que apenas o bilhete RTW foi comprado no Brasil, demais valores foram gastos em euro. Os vistos emitidos antes de viajar foram: Austrália, China, Índia e Japão. Todos eles foram solicitados nas respectivas embaixadas em Lisboa (o preço nas embaixadas do Brasil eram iguais ou muito similares).
Veja que nas despesas não estão incluídas as compras de: uma câmera fotográfica, check up médico e odontológico, seguro de viagem, roupas e calçados.

Se você começar do zero, as despesas totais antes de sair de casa podem superar os R$ 10.000,00

Comprar um bilhete de volta ao mundo ou comprar bilhetes separados para cada trecho?



Essa foi uma grande dúvida que tive... o que vale mais a pena, comprar o famoso round the world ticket ou comprar os bilhetes separadamente com cada companhia aérea. Todos tem prós e contras.

Comprar um bilhete de volta ao mundo é uma boa idéia, porque é na maioria das vezes muito mais barato do que comprar os bilhetes em separado. Existem diferentes formas de comprar o bilhete RTW:

-Podes escolher os agentes que compram bilhetes em grandes lotes com diversas cias aéreas, entre muitas, o bootsnall.com. Esses agentes dão muita flexibilidade de rotas, datas e destinos, justo porque trabalham com diversas alianças aéreas, mas os preços ficarão bem salgados se quiser customizar a sua viagem. Um exemplo é o www.airtreks.com

-Podes comprar direto com uma aliança aérea. Essa é na maioria das vezes a opção mais barata. Aqui não existe intermediário, compras diretamente com a aliança, através do site ou no escritório de uma das empresas aéreas da aliança. Cada aliança tem um programa diferente, e faz-se necessário analisar muito bem as particularidades oferecidas por cada aliança. Em alguns sites é possível até comprar o bilhete online, em outros apenas consegues a estimativa de preço. A http://www.oneworld.com por exemplo, é a única que permite fazer a travessia do Oceano Pacífico Sul, entre a América do Sul e a Oceania. Isso significa que se escolheres outra aliança, terá obrigatoriamente que voar para a América do Norte, e consequentemente não poderá fugir da emissão de um visto para os Estados Unidos, México ou Canadá. Além do já citado site da Oneworld, cheque também os sites: http://www.skyteam.com e http://www.staralliance.com, que também possuem tickets RTW a preços muitíssimo competitivos.

Saliento: é preciso muita atenção na análise das rotas e preços dos bilhetes de cada aliança. Algumas cobram por milhas, outras por continentes... umas limitam os vôos por continente... a maioria delas te dá uma grande vantagem: tens flexibilidade para marcar os seus vôos, sem pagamento de taxas adicionais ou multa na alteração de datas. Ou seja: podes voar quando bem entender, desde que existam lugares na aeronave! Essa é uma grande vantagem, pois se sentes que quer passar mais tempo naquele país que inicialmente pensou não ser tão interessante assim, poderá fazê-lo sem machucar o bolso! Enfim, são inúmeras regras e é preciso escolher a que melhor se adapta para as suas necessidades.

Comprar os bilhetes em separado pode ser um bom negócio também! Principalmente se pretendes fazer longos trechos por terra, se tens tempo para o deslocamento ou se passará muito mais tempo num continente só, sem a necessidade de voar. Mas existem alguns obstáculos: se comprares os bilhetes aéreos com antecedência, terá que pagar multas e diferenças tarifárias se precisar alterar as datas dos vôos (no bilhete RTW comprado com as alianças aéreas as datas são flexíveis). O lado ruim de comprar os bilhetes em separado é que em alguns países com controle de imigração mais "chato", precisarás apresentar um bilhete de saída do país... e isso te deixará engessado, pois vai precisar comprar um bilhete de saída antes de saber quanto tempo realmente quer ficar no país... e se tivesse um bilhete de volta ao mundo, estaria muito mais tranquilo e flexível quanto a esta questão. Em outros países podes escolher comprar um bilhete logo antes de voar... claro que pode! Só que comprar um bilhete transcontinental mesmo que vinte dias antes de voar pode sair uma facada! Um bilhete Sydney - Santiago comprado com um mês de antecedência do vôo pode custar quase a metade de um bilhete de volta ao mundo que contém 16 vôos!!! Entendeu agora porque eu dei tanta ênfase para o planejamento? Planejamento reflete em muitos zeros de diferença na sua conta bancária!

O resumo desse "capítulo inicial" é que precisas organizar os seus destinos. Tentar fazer uma lista priorizando os países que não abre mão de visitar... e de forma descrescente organizando os menos importantes, pois chegará um momento que terás que abrir mão de algum, seja por questões de visto, de tempo ou de transporte. (podemos usar o visto do Japão como exemplo. O visto japonês é válido por três mêses a partir da sua emissão no Brasil... ou seja: tens que visitar o Japão no máximo três meses depois de tirar o pé da nossa terrinha - resultado: fica muito complicado deixar o Japão para o final da viagem... e esses pequenos detalhes acabam refletindo em outras opções, como a direção da volta ao mundo - leste para oeste, ou oeste para leste e consequentemente na escolha dos bilhetes/alianças aéreas).



Vistos


A parte burocrática da viagem.
É muito fácil apontar o Butão no mapa, difícil é levar em conta que precisas emitir um visto, pagar taxas turísticas e lidar com burocracias com custos que podem superar os 250 dólares (sim, só para um país como o Butão)!

O passaporte brasileiro é muito bom, mas ainda são tantos os países que exigem vistos dos brasileiros que durante a fase inicial do planejamento de uma RTW chega a dar um desânimo...
Em primeiro lugar, emita um passaporte novo em folha. É bom começar a viagem com um passaporte limpo, porque as folhas vão sendo ocupadas mais rápido do que você pode imaginar! Assim evitará emitir um passaporte no meio da viagem, naquele país inacessível... (o passaporte brasileiro não é passível de anexação de novas páginas) mas saiba que as embaixadas brasileiras emitem um novo passaporte no exterior (a maioria delas ainda emite o passaporte verde, antigo com a foto 5x7). Para emissão do passaporte no exterior vale dar uma olhada nas exigências da embaixada específica, mas geralmente pede-se duas fotos 5x7, a apresentação da carteira de identidade nacional, comprovante da situação militar e comprovante da votação nas últimas eleições ou de que está quite com a justiça eleitoral (pode ser emitido online pelo site do TSE).

São muitas as nações que exigem que emitamos vistos!
Dentre vários países, podemos tomar o México, Estados Unidos, Austrália, China, Japão e Índia como exemplos de nações que exigem que o visto seja emitido antes da chegada. Mas não se desespere, uns vistos são mais fáceis que os outros... cada um tem uma particularidade.

Alguns mochileiros contratam despachantes para que tomem conta desse processo, claro que poupa tempo e é muito mais fácil. Eu preferi cuidar eu mesmo de todos os processos... é uma papelada que requer muita atenção, um descuido num formulário, na falta de documentos ou na entrevista pode mandar o seu sonho para os ares!

Visite o site da embaixada dos países que irá visitar. Se restar qualquer mínima dúvida, ligue ou escreva para a Embaixada... ou melhor ainda, se você tiver a oportunidade de visitar a Embaixada vá, porque poderá recolher muito material sobre o país que irá visitar! A parte engraçada é como cada Embaixada acaba refletindo muito a imagem do país que ela representa... umas muito organizadas, outras uma festa da uva! Um site que ajuda um pouco no planejamento, embora não seja rigorosamente atualizado, é o www.vistos.com.br, ali você terá noção sobre a necessidade de visto para os países que pretende visitar.

Sobre o processo de emissão dos vistos, a parte mais difícil para alguns (acredito que a maioria de nós, mochileiros) é a comprovação de renda. Não meça esforços sobre a documentação que eles exigem... entre outros detalhes, você precisa convencer que não quer morar no país deles, e que tem o dinheiro para ser um "turista" por lá. Essa é uma tarefa difícil, e o pior: o resultado dela não depende só do seu esforço, depende até do humor da pessoa que está atrás daquele vidro a prova de balas.

Esteja absolutamente certo de que os convencerá de que tens que voltar para o seu país de origem. Tire os vistos mais "fáceis" antes, como o da Índia, China, Emirados Árabes Unidos... deixe os "big guys" para depois, como Estados Unidos, Japão e Russia. Eu senti que a reação deles muda muito ao ver que já existem vistos para outros países ainda não usados e colados no passaporte. Com vistos não usados, o analista da Embaixada ficará mais confiante de que você não é um imigrante, mas apenas um viajante que passará por outros países além do país dele.

Sobre a papelada: não deixe de levar todos os papéis que a embaixada exige, mas não esqueça que nem sempre eles explicitam tudo o que querem. Além dos tradicionais documentos, extratos bancários, poupança e declaração de imposto de renda, é muito importante ter algum documento que deixe claro os seus compromissos no Brasil, ou seja: a declaracão da sua Universidade dizendo que a sua matrícula está trancada, a declaração do seu empregador dizendo que você está de férias mas que deve retornar, os documentos do carro no seu nome... enfim, qualquer documento que mostre que você voltará ao Brasil ou que mostre que deixará o país a ser visitado. Nesse sentido, o bilhete de volta ao mundo faz a diferença... e ele é o assunto do próximo "capítulo"!


O mapa mundi e o calendário

O MAPA MUNDI

OK. Escolheu lugares demais, não é? Que mochileiro não tem a ambição de querer conhecer TUDO?

Infelizmente essa pode ser uma armadilha muito capciosa! Visitar muitos lugares em pouco tempo pode ser legal, pode mesmo... isso depente do seu perfil, mas terás uma viagem muito mais superficial, cara e cansativa. Ou então você tem tempo, mas ooops... não tem dinheiro! Questões básicas e quase infantis que mudam todo o panorama da viagem... portanto, o primeiro passo é: decidir onde quer ir, se poderá ir e quanto tempo quer ficar por lá! Por isso, é necessário falar de tempo...

O CALENDÁRIO

Baseado em expectativas financeiras ou qualquer outra, planeje o dia da partida. Tente realizar uma estimativa real! Vontade, tempo e dinheiro são fatores fundamentais numa MVM (mochilada de volta ao mundo - ok, esse foi neologismo). Saber a data da partida te dá disposição para perseguir os objetivos, para iniciar a compra de equipamentos, pesquisar preços, verificar vistos necessários e principalmente decidir os lugares que não dispensará visitar.
Uma viagem de volta ao mundo pode ser muito rápida como pode levar anos e anos (muitas pessoas estão na estrada viajando por mais de três, quatro anos... isso é surpreendente). Não quero escrever já sobre os custos, justo porque primeiro precisas decidir todo o resto para que então possa saber quais serão os custos aproximados!
Seja amigo do calendário. Risque os dias na parede (como os presidiários, afinal todos estamos presos de alguma forma) se preciso, mas não deixe de registrar o seu "dia D"!

O início da jornada



Saudações mochileiras!

Resolvi iniciar a redação desse blog para que outras pessoas que estejam planejando uma viagem de volta ao mundo, RTW, round the world trip, ou qualquer outro nome de uma viagem que cruze todas as longitudes do nosso planeta, possam ter algum apoio, quebrem menos a cabeça, para que sobre mais tempo para aproveitar a jornada!

A fase do planejamento é uma das mais gostosas, como em qualquer viagem! Mas no caso de uma viagem de uma magnitude tão grande, é necessário algum planejamento estratégico, quase militar!

A idéia é fazer uma espécie de "guia para mochileiros de volta ao mundo"... um guia-relato inicialmente bem resumido, com o jeito brasileiro de mochilar, dirigido a pessoas com passaporte e espírito brasileiro!

A intenção não é "enlatar" uma viagem... pelo contrário, quero apenas dividir o que aprendi enquanto planejei e realizei a minha RTW. Algumas dessas dicas valem muito dinheiro, outras poupam muito tempo... conselhos e dicas que eu desejaria ter recebido antes de partir!

Quero colocar aqui posts como capítulos de um livro com temas diferentes como: escolher a forma de viajar, vistos, o que levar e o que deixar em casa, como lidar com bancos, cartões e câmbio, como economizar durante a viagem... enfim, aos poucos passarei o que aprendi nesses tempos de estrada, e vou aprendendo e discutindo com vocês!

O INÍCIO DE TUDO

Viajar é um sonho. O início de tudo está no sangue... são poucos os que têm coragem para abrir mão da presença física da família, amigos... dos confortos, como ter a mesma cama todos os dias, da privacidade... tudo isso para voar! Voar alto!!!

Não existe receita para concretizar um sonho. Lá no fundo, cada um de nós sabe exatamente para onde quer ir, e o que quer fazer. Portanto, em primeiro lugar é necessário pegar um mapa mundi, seja na imaginação ou seja um real e sinalizar os lugares que deseja conhecer. Simples assim!!! O primeiro passo está dado!